sábado, 20 de fevereiro de 2010

PROJETO ESPORTE BRASIL - PROESP-BR - Indicadores de Saúde e de Desempenho Esportivo em Crianças e Jovens

Ministério do Esporte e Turismo
Centro UFRGS de Excelência Esportivo
PROJETO ESPORTE BRASIL1
PROESP-BR
Indicadores de Saúde e de Desempenho Esportivo em Crianças e Jovens
Coordenador Geral:
Adroaldo Gaya

PARA SABER TUDO SOBRE O PROESP ACESSAR EM


Introdução:

A EF configura-se como disciplina escolar cuja especificidade lhe atribui responsabilidades inerentes ao desenvolvimento da cultura corporal. Entende-se por cultura corporal a competência relativa às habilidades e condicionamentos passíveis de educar crianças e jovens para a utilização adequada de seu tempo de lazer através de práticas corporais tais como o esporte, a dança, a ginástica e jogos.
É, da mesma forma, responsabilidade da EF a promoção da saúde através da educação para uma vida fisicamente ativa e esportivamente rica; desenvolver estratégias para que crianças e jovens criem o gosto pelas atividades da cultura corporal; desenvolver conhecimentos sobre as relações das práticas corporais com a saúde; proporcionar hábitos de lazer fisicamente ativos, além de desencadear alternativas para a democratização das práticas da cultura corporal em nosso país.
Desta forma o Projeto Esporte Brasil - PROESP-BR - desencadeado no espaço claramente definido da educação física escolar, tem por objetivo geral delinear o perfil somatomotor, dos hábitos de vida e dos fatores de desempenho motor em crianças e adolescentes na faixa etária entre 7 a 16 anos tendo em vista a possibilidade de constituir indicadores para a constituição de uma política de educação física e esportes para crianças e jovens no Brasil.
A relevância do projeto deve-se, entre outros fatores, pela incipiente presença de dados fidedignos relativos aos segmentos da população escolar brasileira envolvidas com as práticas de educação física e esporte escolar. Esta incipiente informação não tem permitido um adequado diagnóstico das condições das capacidades motoras e de aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho esportivo, bem como suas possíveis relações com hábitos de vida.
Em síntese, para além do Projeto Brasil, trabalho pioneiro de Maurício Leal Rocha e sua equipe nos anos 70 e dos relevantes trabalhos de Barbanti (1983); Matsudo e col.(1992); Marques e col (1982); Böhme & Freitas (1989); Kalinowski & Kiss (1996); Guedes e Guedes (1997); Doréa (1990); Arruda (1990), Lopes (1999) entre outros; pela amplitude territorial do país que impõe diferenças culturais importantes, não se dispõe, de forma sistematizada, do conhecimento das características e do estado de crescimento da população escolar brasileira, muito menos do seu valor físico, capacidade motora, seus interesses e motivações relacionadas às práticas da cultura corporal em geral e esportiva em especial.
Nesta perspectiva, o presente projeto propõe colaborar sugerindo instrumental válido, fidedigno, de baixo custo e de muito fácil aplicação, permitindo aos professores de educação física nas inúmeras escolas de nosso Brasil utilizarem-no no sentido de estabelecer o acompanhamento de seus alunos no que se refere aos aspectos de crescimento e desenvolvimento somatomotor, aspectos nutricionais, e de aptidão física.
Por outro lado, tendo em vista a constituição de uma rede de informações e um banco de dados nacional, assessorados pelos Centros de Excelência Esportiva (CENESP) do Ministério do Esporte e do Turismo, será permitida uma fácil, rápida e competente comunicação entre a rede CENESP, as Escolas de Formação de Professores de Educação Física e a população de professores atuantes nas escolas do ensino fundamental em todo o território nacional. Dessa forma, pretende-se delinear um perfil da população escolar brasileira possibilitando a definição de subsídios para a consolidação de políticas adequadas para a área de educação física e esportes em nosso país.
Acresce ainda, na medida em que as avaliações tratam de capacidades de prestação motora no âmbito da saúde e da predisposição esportiva, o presumível alcance que o projeto reveste, quer para a educação física como disciplina curricular, quer para o próprio sistema esportivo, dado o trânsito natural e desejável dos jovens praticantes desde a escola até o clube esportivo e aos quadros competitivos mais exigentes.
Dados de identificação
Título: Projeto Esporte Brasil - Indicadores de Saúde e Desempenho Esportivo em Crianças e Jovens (PROESP-BR)
Coordenação Geral;
Coordenador: Adroaldo Cezar Araujo Gaya - UFRGS
Coordenador científico: Marcelo Cardoso – UFRGS
Coordenador administrativo e pedagógico - Lisiane Torres e Cardoso – UFRGS
Instituição realizadora: Rede CENESP/UFRGS da Secretaria de Esporte do Ministério de Esportes e Turismo
Instituições convidadas:
Secretarias Estaduais de Educação e Esportes;
Secretarias Municipais de Educação e Esportes;
Faculdades, Escolas ou Institutos de formação de professores de Educação Física;
Conselho Federal e Conselhos Regionais de Profissionais de Educação Física.
Escolas de ensino fundamental e médio da rede pública e privada.
Metodologia para o trabalho de campo
Seleção dos testes PROESP-BR
O conceito de capacidade de prestação somatomotora pode ser percebido a partir da seguinte categorização: Qualidades morfológicas e de composição corporal, Capacidades funcionais e Intervenientes culturais.
As qualidades morfológicas e de composição corporal se referem às medidas do corpo. São informações referentes as dimensões corporais tais como massa (peso corporal), estatura, envergadura, somatotipo, Índice de massa corporal, etc. Na bateria PROESP-BR, sugere-se a utilização da massa corporal, da estatura, da envergadura e do índice de massa corporal. Na possibilidade da utilização de compassos de dobras cutâneas sugere-se a soma dos valores tomados nas seguintes regiões: tríceps e panturrilha (cf. Fitnessgramm.)
As capacidades funcionais, por sua vez podem ser subdivididas em duas sub-categorias: orgânicas e motoras. As orgânicas estão estritamente vinculadas com as características físicas dos indivíduos. Refere-se aos processos de produção de energia seja relacionada à saúde ou às práticas esportivas mais exigentes. As motoras se referem ao desenvolvimento das qualidades de aptidão física tais como força, velocidade, agilidade, flexibilidade, etc. Na bateria PROESP-BR serão sugeridos para as capacidades orgânicas: (a) o teste de Corrida/caminhada 9 minutos. Para as capacidades motoras serão os testes de sentar-e-alcançar (sit and reach) para flexibilidade. Para força-resistência de abdominais o teste de flexão do tronco (sit- up) em 1 minuto. Para agilidade sugere-se o teste do Quadrado ou Quatro Cantos, para a velocidade sugere-se o teste de 20 metros, para potência de membros inferiores o teste do salto horizontal e potência de membros superiores o arremesso do Medicine-ball de 2Kg. Na possibilidade de medir a força/resistência de membros superior sugere-se o teste modificado de flexão e extensão dos cotovelos em suspensão na barra.
Chama-se a atenção que no presente manual para os testes referenciados à saúde serão sugeridos faixas recomendáveis para boa saúde2 (avaliação criterial). Para os testes referenciados ao desempenho esportivo, considerando a recomendação sobre a necessidade da utilização de avaliação normativa (percentis), vamos anexar uma tabela normativa provisória tendo em vista que os dados até então obtidos não podem ser considerados representativos da população brasileira. Portanto, recomenda-se cautela na utilização destas normas.
As intervenientes culturais representam os elementos do meio como o sistema de valores as atitudes e comportamentos. Da mesma forma podem representar aspectos referentes aos níveis sócio econômicos, a questões de gênero, raça, crença religiosa, as atividades culturais esportivas. Para recolha dessas informações será aconselhado a utilização de um roteiro de entrevistas para as crianças de 7 a 10 anos e um questionário para as demais crianças e adolescentes. Trata-se, preliminarmente da utilização do Questionário EVIA (Estilo de Vida na Infância e Adolescência), sugerido por Sobral (1985), adaptado e revisado para a realidade brasileira (do Rio Grande do Sul) por Torres e Santos (1995) e do Questionário de Atividade Física Habitual (Pate, adaptado por Nahas, 2001). (ver em anexo). Todavia adverte-se que devido as características diversas de nossa cultura plural o EVIA necessita ser cuidadosamente analisado para adequar-se a cada realidade no que tange suas especificidades. (em anexo encontra-se EVIA utilizado para região sul do país)
Medida e testes de aptidão física utilizadas pela Bateria PROESP-BR
Mediadas somáticas Referenciada à saúde
Referenciada ao desempenho esportivo Composição corporal* Referenciada à saúde
Referenciada ao desempenho esportivo Capacidade aeróbica* Referenciada à saúde
Referenciada ao desempenho esportivo Mobilidade articular* Referenciada à saúde
Referenciada ao desempenho esportivo Força/resistência* Referenciada à saúde
Referenciada ao desempenho esportivo Força explosiva
Referenciada ao desempenho esportivo Velocidade
Referenciada ao desempenho esportivo Agilidade
* Nos testes que referem-se simultaneamente à saúde e ao desempenho esportivo o que os diferencia são os critérios de avaliação e os níveis de exigência no desempenho.
Testes de aptidão física referenciada à saúde
Índice de massa corporal
O Índice de massa corporal (IMC) é calculado através da divisão da massa corporal (peso corporal em Kg) pela estatura (altura em metros) elevada ao quadrado.
IMC= PESO (Kg)/ ALTURA (metros)2
Material:
• Uma balança com precisão de até 500 gramas.
• Um estadiômetro ou uma fita métrica com precisão até 2 mm
• Ficha para anotação
Orientação
• No uso da balança o avaliador deverá ter em conta a sua calibragem. Na utilização de balanças portáteis seria importante sua calibração prévia e durante a medida fazer a leitura sempre numa posição frontal a balança.
• No caso da medida de estatura, na impossibilidade da utilização de estadiômetro, realizar-se com uma fita métrica. Aconselha-se fixá-la na parede a 50cm do solo e estendê-la de baixo para cima. Neste caso o avaliador não poderá esquecer de acrescentar ao índice medido os 50 cm correspondentes a distância do solo à fita.
• Da mesma forma para a leitura da estatura aconselha-se a utilização de uma régua rígida que deverá ser colocada sobre a cabeça do aluno paralelamente ao solo (sem inclinações).
• Os alunos deverão realizar o teste sem calçado e devem ficar de costas para a parede.
• O avaliador deve evitar parede onde haja rodapé.
• Para o cálculo do IMC não deverá o avaliador esquecer de fazer o cálculo da razão entre o peso e a estatura elevada ao quadrado quando antes de anotar o resultado na ficha de avaliação.
• O avaliador deverá anotar na ficha de registro os dados referentes ao peso corporal e a estatura.
Tabela do teste de IMC (Kg/m2)
Faixa recomendável para a zona de boa saúde
Idade Feminino Masculino
7 14 – 20 13 – 20
8 14 – 20 14 – 20
9 14 – 20 14 – 20
10 14 – 21 14 – 21
11 14 – 21 15 – 21
12 15 – 22 15 – 22
13 15 – 23 16 – 23
14 17 – 24 16 – 24
15 17 – 24 17 – 24
16 17 – 24 18 – 24
17 17 – 25 18 – 25

Valores estabelecidos pelo Physical Best (AAHPERD 1988)
Medidas de dobras cutâneas:
Caso os avaliadores tenha condições de utilizarem instrumentos de medida de dobras cutâneas, o valor a ser registrado e o determinado pela soma de duas dobras: tríceps e panturrilha.
Material
• Compasso de dobra cutânea
Orientação
• Para medir a dobra de tríceps defina um ponto médio entre o ombro e o cotovelo, por trás do braço direito;
• Marque com uma caneta o local com um sinal em forma de cruz;
• Pince a pele ligeiramente acima do sinal e usando o compasso coloque-o na interseção das linhas que forma a cruz. É preciso puxar bem a pele, segurá-la entre os dedos polegar e indicador e afastá-la do músculo;
• Leia a medida até o milímetro mais próximo e anote o número;
• Realize mais duas medidas no mesmo local e anote a média dos resultados caso sejam valores diferentes. Se as medidas foram as mesmas em duas ou três tomadas, anote esse valor.
• Para medir a dobra da panturrilha faça com que o aluno coloque o pé direito num banco de modo a que o joelho fique flexionado à 90 graus;
• Marque uma cruz com caneta na parte interna da perna ao nível do diâmetro máximo do músculo;
• Repita os demais procedimentos realizados na medida do tríceps.
• Para a tomada desta dobra cutânea o braço do aluno deverá ficar estendido e relaxado, sendo a medida realizada preferencialmente no lado direito.
• Ao final anote na ficha de avaliação os índices das duas dobras (tríceps e panturrilha) e anote também o valor da soma das duas dobras (tríceps + panturrilha) e compare com os critérios de avaliação referenciados à saúde.
Critério de avaliação
Tabela do teste de dobras cutâneas(mm)
Faixa recomendável para a zona de boa saúde3

Idade Feminino Masculino
7 32 – 17 25 - 10
8 32 – 17 25 - 10
9 32 – 17 25 - 10
10 32 – 17 25 - 10
11 32 – 17 25 - 10
12 32 – 17 25 - 10
13 32 – 17 25 - 10
14 32 – 17 25 - 10
15 32 – 17 25 - 10
16 32 – 17 25 - 10
17 32 – 17 25 - 10

Capacidade aeróbia
Testes de capacidade aeróbia sugeridos
Teste dos 9 minutos Correr/andar durante 9 minutos percorrendo a maior distância possível.
Material:
• Local plano com marcação do perímetro da pistas
• Cronômetro e ficha de registro
• Numeração para identificação dos alunos
• Trena
Orientação:
• Divide-se os alunos em grupos adequados às dimensões da pista;
• Informa-se aos alunos sobre a execução correta do teste dando ênfase ao fato de que os alunos devem correr o maior tempo possível, evitando piques de velocidades intercalados por longas caminhadas. Informa-se, da mesma forma, que os alunos não deverão parar ao longo do trajeto. Lembrar que o teste é de corrida podendo caminhar quando sentir-se cansado;
• Identifica-se os alunos através de numeração visível situada preferencialmente às costas;
• Informa-se ao aluno a passagem do tempo da prova a cada três minutos
• Ao final do soará um sinal (apito) sendo que os alunos deverão interromper a corrida, permanecendo no lugar onde estavam (no momento do apito) até ser anotado ou sinalizado a distância percorrida.
• Todos os dados serão anotados em fichas próprias devendo estar identificado cada aluno de forma inequívoca.
• Os resultados para os testes serão anotados em metros com aproximação às dezenas.
• Sugere-se que no teste dos 9 o professor calcule previamente o perímetro da pista e durante o teste anote apenas o número de voltas completas para cada aluno. Desta forma, após multiplicar o perímetro pelo número de voltas de cada aluno deverá complementar apenas com a adição da distância percorrida entre a última volta completada e o ponto de localização do aluno após a finalização do teste (apito).
Critérios de avaliação
Tabela do teste dos 9 min (distância em metros)
Faixa recomendável para a zona de boa saúde4

Idade Feminino Masculino
7 1000 – 1300 1100 – 1400
8 1000 – 1300 1100 – 1400
9 1100 – 1400 1200 – 1500
10 1200 – 1550 1300 – 1600
11 1200 – 1600 1300 – 1750
12 1200 – 1600 1400 – 1800
13 1300 – 1600 1450 – 2000
14 1300 – 1750 1550 – 2000
15 1400 – 1800 1600 – 2000
16 1450 – 1800 1750 – 2000
17 1450 – 1800 1750 – 2000

Mobilidade Articular
Testes de mobilidade articular sugeridos
Teste de sentar-e-alcançar (sit and reach) Teste de mobilidade articular e tensão dos músculos dorso-lombares e ísquio-tibiais.
Material:
1. Banco de sentar-e-alcançar:
Construa um banco com as seguintes características
a. um cubo construído com peças de 30 x 30 cm.
b. uma peça (tipo régua) de 53cm de comprimento por 15 cm de largura.
c. escreva na régua uma graduação ou cole sobre ela uma fita-métrica entre 0 e 53 cm.
d. coloque a régua no topo do cubo na região central fazendo com que a marca de 23 cm fique exatamente em linha com a face do cubo onde os alunos apoiarão os pés.
2. Material alternativo 1
a. Consiga um banco de 30 cm de largura;
b. Vire o banco de lado;
c. Fixe uma régua de pelo menos 40 cm ao banco de modo que a marca de 23 cm coincida com a linha vertical onde os alunos apoiarão os pés.
3. Material alternativo 2
a. Consiga uma caixa de papelão com 30 cm de altura;
b. Vire a caixa com o fundo para cima. (a parte aberta da caixa voltada para o solo);
c. No fundo da caixa (parte superior) fixe uma régua de pelo menos 40 cm de modo que a marca dos 23 cm coincida com a linha vertical onde os alunos apoiarão os pés.
Orientação:
a. Tirar os sapatos;
b. Fazer um leve aquecimento, praticando de 6 a 8 vezes exercício de tentar alcançar as pontas dos pés na posição sentada com as pernas unidas e estendidas;
c. Sentar-se de frente para a base do banco ou caixa, com as pernas estendidas e unidas;
d. Colocar as mãos uma sobre as outras, e à sua frente;
e. Inclinar o tronco para frente, tão longe quanto possível, sem flexionar os joelhos e sem utilizar movimentos de balanço;
f. Cada aluno fará duas tentativas;
g. O professor ou avaliador permanece ao lado do aluno, mantendo-lhe os joelhos em extensão;
h. O resultado é medido a partir da posição mais longínqua que o aluno pode alcançar na escala com as pontas dos dedos;
i. realiza-se a segunda tentativa após um breve período de intervalo;
j. registra-se o melhor dos resultados.
Critérios de avaliação
Tabela do teste de Sentar-e-alcançar (em cm)
Faixa Recomendável para a zona de boa saúde5

Idade Feminino Masculino
7 23 – 28 20 – 25
8 23 – 28 20 – 25
9 23 – 28 20 – 25
10 23 – 28 20 – 25
11 23 – 28 20 – 25
12 23 – 28 20 – 25
13 23 – 28 20 – 25
14 23 – 28 20 – 25
15 23 – 28 20 – 25
16 23 – 28 20 – 25
17 23 – 28 20 – 25

Força Resistência abdominal
Teste abdominal 1 - Sit-ups A partir da posição de decúbito dorsal, braços cruzados sobre o tórax, joelhos flexionados a 90 graus, pés apoiados no solo e fixados pelo avaliador efetuar o maior número de repetições possíveis em até 1 minuto.
Material
• Colchonete de ginástica e cronômetro
Orientação
• O avaliado permanece em decúbito dorsal com os joelhos flexionados a 90 graus;
• O avaliador fixa os pés do estudante ao solo;
• O avaliado mantém os braços cruzados sobre o tórax;
• Ao sinal ele realiza a flexão do tronco até tocar com os cotovelos nas coxas, retornando a posição inicial;
• O avaliador realiza a contagem em voz alta;
• O avaliado realiza o máximo de repetições completas no tempo máximo de 1 minuto mantendo o ritmo constante;
• O resultado é expresso em número de movimentos por minuto.
Critério de avaliação
Tabela do teste de abdominais (Sit-ups)
Faixa recomendável para a zona de boa saúde6

Idade Feminino Meninos
7 20 – 25 20 – 25
8 25 – 30 25 – 30
9 25 – 30 25 – 30
10 25 – 30 30 – 35
11 30 – 35 30 – 35
12 30 – 35 30 – 40
13 30 – 35 35 – 40
14 30 – 35 35 – 40
15 30 – 35 40 – 45
16 30 – 35 40 – 45
17 30 – 35 40 – 45

OBSERVAÇÃO: OS TESTES APRESENTAM MAIOR CONFIABILIDADE QUANDO FOREM PREVIAMENTE DEMONSTRADOS AOS ALUNOS ANTES DA AVALIAÇÃO (cf. Looney & Plowman, 1990).
Testes de aptidão física referenciado ao desempenho esportivo
Há diferença substancial entre aptidão física referenciada à saúde e aptidão física referenciada à prestação ou desempenho esportivo ou, em outras palavras, às práticas esportivas mais exigentes. A prestação esportiva implica um grau mais elevado de aptidão que permite as crianças e adolescentes um desempenho superior e níveis de energia mais eficientes nas atividades diárias e nos esportes.
A grande diferença na avaliação dos resultados, conforme Cooper (1992), está no fato de que o teste, quando referenciado à saúde, permite que saibamos se nossos alunos apresentam uma aptidão física suficientemente boa para daí concluir que não há nada de errado com a sua saúde. Já o teste referenciado à prestação esportiva, de uma maneira simples, exige um estágio superior de energia pessoal e uma qualidade de vida melhorada. Em outras palavras, exige índices de aptidão física em patamares mais elevados.
Quando se trata da prestação esportiva, embora consideramos que as diversas capacidades físicas podem ser aperfeiçoadas, entra em cena os componentes hereditários e genéticos. Desta forma, atingir níveis elevados de desempenho em relação as médias populacionais, torna-se uma exigência para a definição de um atleta de sucesso, exigência, sublinha-se, que pressupõe a ocorrência de determinadas habilidades inatas.
Assim, para crianças e jovens, os índices de prestação esportiva correspondem, pelo menos ao percentil 90 de seu grupo (avaliação por normas). Como afirma Cooper (1992), um estudante que obtiver resultados na faixa de percentil 80 na maioria dos testes situa-se num nível de aptidão física que lhe permite participar de equipes esportivas com alguma esperança de sucesso. Todavia, afirma o autor, para índices de excelência esportiva, ou seja para aqueles que desejam participar de práticas esportivas de alto rendimento se espera índices próximos ao percentil 90 em pelo menos dois testes (Cooper, 1992).
Medida de envergadura
Material
Uma fita métrica graduada em centímetros, fixada em uma parede lisa.
Orientação
• A fita métrica deverá ser estendida e fixada em uma parede lisa paralelamente ao solo;
• O aluno posiciona-se em pé de frente para a fita métrica com os braços em abdução de 90º com o tronco; os cotovelos devem estar estendidos e os antebraços supinados;
• É medido a distância da extremidade do dedo médio direito ao esquerdo (a extremidade do dedo médio esquerdo situa-se no ponto zero da fita métrica).
Testes de aptidão física referenciada à prestação esportiva
Agilidade (Teste do quadrado ou quatro cantos)
Material
• Cronômetro e um quadrado de 4 metros de lado com 1 cone (50 cm de altura) em cada vértice do quadrado. Na impossibilidade da utilização de cones poderão ser utilizadas garrafas de refrigerante de 2 litros do tipo PET7.
Orientação
• Utilize um piso antiderrapante para minimizar o risco de queda;
• O estudante parte da posição de pé, com um pé avançado à frente imediatamente a trás da linha de partida ao lado de um dos cones;
• Ao sinal do avaliador deverá deslocar-se até o próximo cone em direção diagonal. Toca com uma das mãos o cone e corre em direção ao cone à sua esquerda. Toca novamente o cone com uma das mão e retorna para o cone em diagonal (atravessa o quadrado em diagonal). Finalmente corre em direção ao último cone, que corresponde ao ponto de partida, tocando-o.
• Será anotado o melhor tempo decorrido para percorrer o percurso completo em duas oportunidades.
• A cronometragem deverá ser iniciada quando o aluno completar o primeiro passo após a sinalização de partida. (quando o primeiro pé tocar o solo após a partida)
Velocidade de deslocamento (corrida de 20 metros)
Material
• Cronômetro
Orientação para o teste de 20 m
• Três linhas paralelas demarcadas no chão da seguinte forma. A primeira (linha de partida/referência); a segunda linha será marcada a 20 metros da primeira linha (linha de cronometragem) e a terceira linha será marcada a 1 metro da terceira (linha de chegada).
• O estudante parte da posição de pé, com um pé avançado à frente imediatamente a trás da 1ª linha e será informado que deverá cruzar a terceira linha o mais rápido possível.
• Ao sinal do avaliador o aluno deverá deslocar-se, o mais rápido possível, em direção à linha de chegada.
• Quando o aluno cruzar a segunda linha (dos 20 metros) será interrompido o cronômetro.
• Recomenda-se marcar as linhas inicial e final (1ª e 3ª linha) com cones ou outros sinalizadores visíveis;
• O cronometrista situado junto a segunda linha indicará o tempo do percurso no momento em que o aluno ultrapasse esta linha;
• A terceira linha serve apenas como referência de chagada para o aluno na tentativa de evitar que ele inicie a desaceleração antes de cruzar a linha de cronometragem nos 20 metros;
• O tempo será registrado em segundos e centésimos de segundos.
Capacidade de força explosiva de membros inferiores
Teste do salto horizontal
Material
• Uma trena e uma linha traçada no solo.
Orientação
• A trena é fixada no solo, perpendicularmente à linha, ficando o ponto zero sobre a mesma;
• O estudante situa-se imediatamente atrás da linha, com os pés paralelos, ligeiramente afastados (linha de ombros), joelhos semi-flexionados, tronco ligeiramente inclinado à frente.
• Ao sinal o estudante deverá saltar a maior distância possível.
• A distância do salto será registrada a partir da linha até o calcanhar mais recuado;
• Se o aluno cair para trás, será possibilitada uma nova chance;
• Serão realizadas dois saltos, registrado-se o melhor o resultado em centímetros;
Capacidade de força explosiva de membros superiores
Teste de arremesso do medicine ball de 2 kg
Material
• Uma trena e medicine ball de 2 kg (ou saco de areia com 2 kg).
Orientação
• A trena é fixada no solo perpendicularmente à parede sendo que o ponto zero situa-se junto à parede.
• O estudante senta-se com os joelhos estendidos, as pernas unidas e com as costas encostadas na parede.
• Segura a medicine ball junto ao peito com os cotovelos flexionados.
• Ao sinal do avaliador o estudante deverá lançar a bola a maior distância possível
• A distância do lançamento será registrada a partir da parede até o ponto em que a bola toque no solo a primeira vez.
• Serão realizados dois lançamentos, registrando-se o melhor resultado em centímetro.
Capacidade de força e resistência de membros superiores (opcional para PROESP-BR)
Teste de flexão e extensão de braços em suspensão na barra (puxada na barra modificado).
Material
Uma armação de madeira com suporte regulável para barra. Tal suporte apresenta as seguintes dimensões: 120 x 50 cm na base; caibros de 12 x 8 cm acoplados à base servindo de suporte para a barra de aproximadamente 3,8 cm de diâmetro e 150 cm de comprimento. Os caibros que servem de suporte para a barra apresentam uma altura de 140 cm, com orifícios a cada 5 cm, para que a altura da barra pudesse ser ajustada conforme o comprimento dos braços do avaliado. Uma tábua suspensa de 12 cm de largura por 1,5 cm de espessura é fixada acima dos caibros de suporte, para evitar que a armação pudesse se movimentar8.
Orientação
• A barra deve ser instalada a uma altura de 3 cm, aproximadamente da ponta dos dedos estando o aluno em decúbito dorsal e com os braços totalmente estendidos para cima;
• Na posição inicial o aluno deverá estar pendurado na barra com o corpo ereto, calcanhares no chão, com empunhadura pronada;
• Após o aluno deverá elevar-se até que o pescoço toque a linha de demarcação que deve estar colocada a dois espaços abaixo da barra, em seguida retorna-se a posição inicial, completando uma repetição;
• O movimento deverá ser repetido tantas vezes quanto possível, sem ocorrer paralizações;
• Não será permitido que o aluno coloque qualquer parte do corpo em contato com o solo, nem realizar movimentos de quadris e pernas ou tentativa de extensão da coluna vertebral procurando minimizar a sobrecarga dos braços;
• Será registrado o número máximo de repetições sem limite de tempo.
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